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30 de janeiro de 2025A Importância da filtragem do Óleo lubrificante
Neste artigo vamos falar sobre a necessidade de manter o óleo lubrificante livre de contaminação e partículas, e como esse processo de filtragem acontece. Vamos começar desmistificando a ideia de que “todo lubrificante novo é um lubrificante limpo”.
Na realidade, um lubrificante recém-saído do recipiente, pode não atender às especificações de limpeza desejadas pelos fabricantes de componentes de equipamentos. Mesmo que alguns lubrificantes atendam aos padrões de limpeza, isso ocorre de forma inconsistente.
Para determinar se um lubrificante está realmente limpo, é necessário avaliar a quantidade de partículas nele contido, sendo a norma mais usada para visualizar esses resultados a ISO 4406. O valor encontrado é, então, avaliado considerando sua criticidade para o sistema. As pressões e as folgas dos componentes são pontos relevantes para condicionar o grau de limpeza requerido e são comumente indicados pelo próprio fabricante do componente.
A norma ISO 4406 indica como classificar a quantidade de partículas em acordo com seu tamanho. Por exemplo, um código ISO 18/16/13 indica a classe em que o número de partículas maiores que 4 micrômetros, 6 micrômetros e 14 micrômetros se enquadra, respectivamente.
Em seguida, deve-se usar uma tabela de contagem de partículas ISO específica para determinar a classe em que esse número de partículas por ml se enquadra.
Partículas que Causam Desgaste e Danos nos Equipamentos
As partículas com tamanho entre 3 e 50 micrômetros são as que mais contribuem para o desgaste dos equipamentos. Partículas menores que 3 micrômetros geralmente passam pelas folgas sem causar desgaste significativo, enquanto partículas maiores que 50 micrômetros, muitas vezes, não conseguem penetrar nas áreas de desgaste e acabam se acumulando no fundo do reservatório.
Os lubrificantes contêm tanto partículas duras quanto partículas macias. Normalmente, são as partículas duras que causam danos, e são essas que precisamos da filtragem.
Embora a maioria das partículas macias seja inofensiva e algumas até façam parte dos aditivos do lubrificante, tratando-se de uma partícula contaminante, o ideal é não deve estar presente em excesso no lubrificante.
E como fazer essa filtragem da forma adequada?
Entendendo os Critérios e Eficiência dos Filtros
Nem todos os filtros são iguais, e o filtro mais eficiente e de menor tamanho de poro disponível pode não ser o mais adequado para sua aplicação de filtração. A maioria das pessoas acredita que os filtros de óleo existentes nos equipamentos limparão o lubrificante até atender às especificações de limpeza. Mas, esse pensamento apresenta dois problemas:
- Função Primária do Filtro: O filtro de óleo do equipamento é projetado para manter o óleo limpo durante o uso, não para limpar o óleo a ponto de atingir uma especificação de limpeza extremamente alta. Em muitos sistemas de lubrificação de equipamentos, a filtração é de fluxo total, ou seja, todo o óleo da bomba passa pelo filtro.
Normalmente, esses filtros não têm uma classificação de micrômetros muito reduzida ou uma alta relação beta*. Por exemplo, partículas de tamanho reduzido (5-30 micrômetros) podem nunca ser capturadas por filtros de óleo de motor de 40 micrômetros com relação beta de 100, continuando a circular e causar desgaste.
2. Eficácia dos Filtros: sem informações sobre a relação beta, é impossível saber a eficácia dos filtros em remover contaminantes. Em geral, os filtros de óleo de motor não são filtros de alta relação beta.
Embora sejam baratos, eficazes para estender o intervalo de troca de óleo sem entrar em bypass (o que ocorre, am alguns sistemas, se um filtro se entupir), ajudem a manter o óleo do motor limpo entre as trocas, e não filtrem excessivamente o óleo do motor sob filtração constante, eles são ineficazes na remoção de pequenas partículas duras no início da vida útil do óleo novo ou após a adição de óleo.
Por isso, iniciar uma troca de óleo de motor de boa qualidade, ou completar com fluidos que atendam às especificações de limpeza dos fabricantes, ajudará a manter o compartimento mais limpo desde o início e minimizará o desgaste particulado.
Resumo
A limpeza do óleo é um fator determinante para a confiabilidade e o desempenho dos equipamentos. Compreender que nem todos os lubrificantes novos são necessariamente “limpos” e adotar práticas eficazes de filtração são passos fundamentais para reduzir o desgaste, aumentar a vida útil do equipamento e assegurar o retorno sobre o investimento.
Implementar um programa robusto de controle de contaminação, incluindo o uso adequado de filtros e a análise regular do óleo, é essencial para alcançar esses objetivos.
Boas Práticas para Controle de Contaminação de Óleo
- Filtragem de óleo novo: utilize sempre um bom filtro para capturar contaminantes presentes no óleo desde sua entrega, seja em tambores, baldes ou a Granel. Instale um sistema de filtragem logo na primeira abertura do recipiente e em cada transferência de lubrificante.
- Capacidade de transferência e rotina de filtragem eficazes: instale conexões rápidas nas mangueiras de transferência para evitar a contaminação do ambiente e garantir conexões sem vazamentos.
- Controle eficaz de espaço de ar: em sistemas onde o óleo circula em um reservatório, filtre o ar que entra para substituir o volume de óleo em movimento. Isso ajuda a remover partículas finas suspensas no ar e evita a entrada de contaminantes atmosféricos.
Essas práticas ajudam a manter a limpeza do óleo e a prolongar a vida útil dos equipamentos.
https://www.machinerylubrication.com/Read/737/system-cleanliness