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Quais análises preditivas são feitas na graxa e por quê?

A graxa é formada por um espessante, aditivos e óleo lubrificante, sendo este o principal personagem da composição. Apesar de muito importantes, as análises em graxa são muito negligenciadas por algumas razões: uma delas é a dificuldade para coletar a amostra de qualidade.

No entanto, essas análises são fundamentais, já que ajudam no entendimento do estado de uso dos equipamentos, se a graxa que está sendo utilizada mantém suas características de proteção e garantindo o bom funcionamento da máquina.

Outro motivo relevante da análise é que com ela, por meio de testes específicos, não é necessário abrir o equipamento, minimizando o número de paradas, sendo possível antecipar uma “quebra” ou uma falha mecânica iminente antes que ela aconteça.

Análises feitas na graxa

• Aparência

A observação de alteração na turbidez, presença de material sólido, alteração de coloração, translucidez,
fases distintas e outros sinais que podemos perceber por simples observação visual da graxa é o que chamamos de “análise de aparência”. Nesta análise já se pode detectar anormalidades relacionadas à contaminação e ao desgaste.

• PQI

O Particle Quantification Index, ou PQI, nada mais é do que uma medida relativa da concentração de
partículas ferrosas de desgaste encontradas tanto em graxas como em óleos. A metodologia usada é
ASTM D-8184. Trata-se de uma ferramenta muito eficiente para a detecção de partículas ferrosas em programas de monitoramento de máquinas.

O PQI gera valores relativos, com unidades próprias e não conversíveis diretamente para resultados de outros métodos.
o PQI antecipa problemas sérios de desgaste, especialmente quando a evolução é muito rápida. Dessa
forma, se indicada a necessidade, algo pode ser feito antes que os defeitos se agravem, o que possibilita ao proprietário a redução de custos.

• Determinação de água em ppm (KF)

É provavelmente o método analítico mais usado para aferir o teor de água (umidade). Trata-se de um método sensível e preciso para determinar a presença de água em vários tipos de amostras. Na área de análise de óleo, o método foi aprimorado para nos permitir determinação de quantidades tão pequenas quanto 5 ppm ou menos, tal como o exigido em transformadores elétricos, por meio da metodologia ASTM D-6304.

É bom lembrar que “ppm” significa “parte por milhão” e que “porcentagem” significa “parte por centena”. Então, para transformar ppm em porcentagem, basta dividir o valor por 10.000. Isso mesmo, 5 ppm é o mesmo que míseros 0,0005%.
Em linhas gerais, a metodologia é uma titulação que utiliza o reagente de Karl Fisher e um eletrodo que
avalia o comportamento elétrico da amostra sob análise.

• Espectometria de emissão a plasma (21 elementos)

A espectrofotometria é uma técnica de análise que permite identificar os elementos químicos presentes
na amostra. Tudo isso se torna possível porque os átomos são energizados e os elétrons excitados emitem luz característica. Esta metodologia em particular é a ASTM D-5185.

Elementos como Ferro, Cromo, Alumínio, Cobre, Chumbo, Estanho e outros utilizados em ligas metálicas permitem a avaliação de desgastes de componentes. Outros como Cálcio, Fósforo, Zinco e outros
são associados a aditivos. E ainda temos o Silício, Potássio, Sódio etc que nos auxiliam a estudar contaminantes presentes nos fluidos.

  • Análises Especiais

• Four ball ou quatro esferas – teste de extrema pressão
A forma de medir a extrema pressão pode ser realizada pelo teste four ball ou quatro esferas. A capacidade
EP da graxa depende dos aditivos de Extrema Pressão adicionadas ao produto.
O método ASTM D-2596 avalia estas propriedades de extrema pressão da graxa até ocorrer a soldagem.
Outro método, o ASTM D-2266 avalia as propriedades antidesgaste da graxa, medindo o diâmetro das
escoriações nas esferas.
• Ponto de gota
Este teste indica a temperatura em que a graxa passa do estado sólido para o líquido. A determinação do ponto de gota é um método de teste importante para avaliar a qualidade de graxas lubrificantes. O ponto de gota depende da composição do lubrificante e estabelece a temperatura máxima de utilização, que é geralmente definida a partir de 50°C a 100°C abaixo do ponto de gota determinado experimentalmente.

A análise de graxa é uma ferramenta eficaz para garantir a vida útil dos equipamentos. Só a partir de um
diagnóstico, que avalie todas as propriedades do fluido, é possível identificar falhas antes que elas comprometam o desempenho do serviço prestado pela sua empresa.

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